Finalmente chegados à 4ª etapa. A rainha do evento. À nossa espera 3600m de acumulado em 83,5km. Seria um dia em cheio. Para ajudar à festa, após este dia esperavam-nos mais 3 dias em que o acumulado seria sempre acima dos 3000m. Tinhamos chegado à viragem da prova, onde ia começar realmente a doer.
Saida pelo centro de Bressanone e poucos quilómetros depois já estamos parados. Havia uma ponte estreita seguida de um singletrack. Com cerca de 2km de plano só podia dar engarrafamento. 10 minutos parados. Continuamos no plano e aos 5km acaba-se o aquecimento para começar o derretimento. O prato do dia (subidas) foi servido.
O gráfico mostrava-nos 4 subidas, com o ponto mais alto aos 2300m e uma segunda subida aos 2100m. Vamos a elas. Entramos no ritmo e depressa voltamos á rotina, ultrapassar todos os Grand-Masters, Masters, Women e Mixed mais lentos que nós (também alguns Men, mas pela nossa classificação, poucos). Uma longa subida não muito inclinada, apenas com uma rampa bem inclinada onde todos os que viamos (menos eu e o R.M.) iam a pé. O pessoal hoje estava a controlar-se...
Lenta mas seguramente chegamos ao 2º abastecimento apenas com uma rápida (para nós) descida, a primeira descida em que ultrapassamos outros concorrentes, se calhar por ser ligeiramente técnica (tinha pedra solta). E estamos na 2ª subida, que soube apenas a continuação da 1ª, tão curta era a descida. Abastecer o camelo que neste dia tinha descartado o cantil logo à partida e comer, muito importante manter as baterias carregadas neste dia. A subida continua no mesmo tom e nós também, sempre a passar gente. As árvores vão começando a desaparecer e as cumeadas a aproximar-se. A secção final faz-se por um trilho pedonal bem inclinado e com muita pedra solta que insisto em fazer montado, contrariamente à moda. Infelizmente alguns concorrentes insistem em não me facilitar a vida cedendo passagem e tenho de me juntar à moda (acho que de qualquer maneira não conseguiria fazer tudo montado). O R.M. seguia perto, com o mesmo problema.
Lá em cima um albergue de montanha com uma esplanada bem tentadora (haviam muitos caminheiros lá sentados) e entramos numa secção em que era proibido ir montado. No briefing do dia anterior já tinhamos sido avisados que por estarmos num parque natural aqueles 900m eram mesmo para caminhar. Uma pena pois era um single bem tentador que seguia na curva de nivel, mas verdade seja dita que assim aproveitamos bem melhor a espectacular vista dos Dolomites que se tinha. O R.M. ainda conseguiu uma ou duas fotos. Tinhamos levado 3h30 para chegar ali...
Como consequência de tanto tempo a subir já tinha muita água bebida... E no fim da descida passariamos por uma localidade onde tivemos de inventar um reabastecimento numa fonte. Benditos Alpes que tanta água têm.
Estavamos na subida intermédia esta muito mais curta e rápida que a anterior, calma descida e entramos num longo falso plano em que o R.M. fazia de locomotiva e eu ficava bem escondidinho atrás dele. Acabou por arrastar vários outros que foi apanhando ao longo da subida. Reabastecimento no último ponto oficial para preparar o ataque à última dificuldade do dia. Inicio em terra onde temos uma pequena secção técnica com uma rampa brutal de mais de 20% (segundo a organização) para fazer os últimos kms por estrada, parecia que estavamos no Giro, com montanhas de ambos os lados e maravilhosas vistas para o vale. Ao longo da subida até haviam alguns espectadores a puxar por quem passava, sabia bem.
Paramos no topo para mais umas fotos e descemos primeiro em alcatrão para depois entrar em pedra solta. No alcatrão ainda somos passados mas assim que a terra começa lá temos de nos descartar dos lentinhos... Este processo torna-se aborrecido. Até porque ainda foram vários. Está visto que nesta prova a grande maioria é amiga é de estradões.
No fim a chegada a Sta Cristina (uma estação de ski) foi feita por entre carros, com algum perigo totalmente desnecessário. Tinha sido um dia longo mas estavamos os 2 bem satisfeitos. Belas pedaladas (o R.M. também gosta é de subir) e belas vistas. Fomos para o RV park e hoje os duches eram de novo frios (por acaso até soube bem) e eram mistos. Quando eu ia a chegar ia uma senhora a sair e quando lá estava algumas espreitaram à porta mas perderam a vontade... Mais um mau exemplo da organização. O R.M. já tinha tomado o seu banho no rio que passava perto do RV park, em água bem geladinha...
Classificação do dia 166 de 262, com 6:54:53 (2:46:17 do 1º). À etapa 4, 189 de 270 em Men, na geral 328 de 521.
Finnally on our 4th stage. The main one of the event. Waiting for us were 3600m of climbing in 83,5km. A busy day. To help it, after it we would have another 3 days all of them with more than 3000m of climbing. This was the turning point, where the pain would really start.
Out of the center of Bressanone and after a couple of kilometers whe were already stoping. There was a narrow bridge followed by a singletrack. With those 2km of flat seccion we could only have a traffic jam. 10 minutes waiting. After it up to the 5th km in the fast and flat to warm up, but after that the main course was served, climbs.
With the highest point at 2300m and the second one at 2100m. Here we go! We set into our pace and start our daily routine, overtake all the Grand-Masters, Masters, Women e Mixed that were slower than us (also a few Men, but from our classement, not many). A long but not too steep climb, with just one short pitch where everyone in sight was walking but me and R.M.. People were taking care with this stage...
Slowly but steadilly we got to the 1st feed station, we had only a quick (for us) downhill, the first one where we overtook other competitors, maybe because it was slightly technical with some loose rock. And in to the 2nd climb, that just seemed like the continuation of the first one, so quick was the downhill. Refilling the camelbag, I hadn't taken my water bottle, and eating, we had to keep our batteries fully charged.
The climb was very similar to the previous one and so we resume our pace and our overtaking procedures. The trees getting fewer and fewer and the mountain tops getting closer. The final part is on a pedestrian route very steep and with loose rock. I insist on riding it, unlike most of the people, but some of the riders were not very helpfull and I have to start walking (I think that I would do that sooner or latter). R.M. is following, with the same problem as me.
On the top we go through a mountain refuge that had a very tempting patio (there were a lot of walkers sitting there) and in to a section where it was forbidden to ride. At the previous briefing we were told that due to park rules those 900m would be done walking. It was a shame because it was a very nice singletrack but at least we managed to really enjoy the spectacular view of the Dolomites. R.M. even managed to take one or two photos. It had taken us 3h30 to get there...
With so much time climbing I had drunk a lot of water... At the end of the downhill we went through a village and had to improvise a feed station at a fountain to refill my camelbag. Thankfully the Alps have a lot of those.
We were on the half-way climb, wich was quite shorter and quicker than the previous one, a fast downhill and in to a false flat where R.M. did the part of a locomotive and folowed him closelly. He ended up dragging a few others the we picked up along the way...
Second and last oficial feed station of the day for the preparation of the last climb of the day. A start on dirt with a short technically chalenging section with a strech at over 20% and the last few km in asphalt, it felt like the "Giro". Mountains on both our sides and great views into the valley. There were even some spectators cheering for us.
A quick stop at the top for a few photos and downhill all the way to Sta Cristina. Started with asphalt, where a couple of riders went by us, and into loose rock again, having now to pass them, again. Seems that most of the Transalps riders prefer fire-roads...
The finish was in Sta Cristina, a ski resort, through the cars, with unneeded peril... It was a long day but we were both quite happy. Very nice riding, R.M. also likes climbing a lot, and some great scenery.
Went to the RV park and today we had cold showers again (altough it felt nice that day) and none for the ladies. When I got there one was going out and while I was there a couple of them had a peek but changed their minds. Another bad example from the organization. R.M. had done his shower in a river near the campervan with near freezing water...
Day's classement 166 of 262, with 6:54:53 (2:46:17 from 1st). At stage 4, 189 of 270 in Men, overall 328 of 521.
Saida pelo centro de Bressanone e poucos quilómetros depois já estamos parados. Havia uma ponte estreita seguida de um singletrack. Com cerca de 2km de plano só podia dar engarrafamento. 10 minutos parados. Continuamos no plano e aos 5km acaba-se o aquecimento para começar o derretimento. O prato do dia (subidas) foi servido.
O gráfico mostrava-nos 4 subidas, com o ponto mais alto aos 2300m e uma segunda subida aos 2100m. Vamos a elas. Entramos no ritmo e depressa voltamos á rotina, ultrapassar todos os Grand-Masters, Masters, Women e Mixed mais lentos que nós (também alguns Men, mas pela nossa classificação, poucos). Uma longa subida não muito inclinada, apenas com uma rampa bem inclinada onde todos os que viamos (menos eu e o R.M.) iam a pé. O pessoal hoje estava a controlar-se...
Lenta mas seguramente chegamos ao 2º abastecimento apenas com uma rápida (para nós) descida, a primeira descida em que ultrapassamos outros concorrentes, se calhar por ser ligeiramente técnica (tinha pedra solta). E estamos na 2ª subida, que soube apenas a continuação da 1ª, tão curta era a descida. Abastecer o camelo que neste dia tinha descartado o cantil logo à partida e comer, muito importante manter as baterias carregadas neste dia. A subida continua no mesmo tom e nós também, sempre a passar gente. As árvores vão começando a desaparecer e as cumeadas a aproximar-se. A secção final faz-se por um trilho pedonal bem inclinado e com muita pedra solta que insisto em fazer montado, contrariamente à moda. Infelizmente alguns concorrentes insistem em não me facilitar a vida cedendo passagem e tenho de me juntar à moda (acho que de qualquer maneira não conseguiria fazer tudo montado). O R.M. seguia perto, com o mesmo problema.
Lá em cima um albergue de montanha com uma esplanada bem tentadora (haviam muitos caminheiros lá sentados) e entramos numa secção em que era proibido ir montado. No briefing do dia anterior já tinhamos sido avisados que por estarmos num parque natural aqueles 900m eram mesmo para caminhar. Uma pena pois era um single bem tentador que seguia na curva de nivel, mas verdade seja dita que assim aproveitamos bem melhor a espectacular vista dos Dolomites que se tinha. O R.M. ainda conseguiu uma ou duas fotos. Tinhamos levado 3h30 para chegar ali...
Como consequência de tanto tempo a subir já tinha muita água bebida... E no fim da descida passariamos por uma localidade onde tivemos de inventar um reabastecimento numa fonte. Benditos Alpes que tanta água têm.
Estavamos na subida intermédia esta muito mais curta e rápida que a anterior, calma descida e entramos num longo falso plano em que o R.M. fazia de locomotiva e eu ficava bem escondidinho atrás dele. Acabou por arrastar vários outros que foi apanhando ao longo da subida. Reabastecimento no último ponto oficial para preparar o ataque à última dificuldade do dia. Inicio em terra onde temos uma pequena secção técnica com uma rampa brutal de mais de 20% (segundo a organização) para fazer os últimos kms por estrada, parecia que estavamos no Giro, com montanhas de ambos os lados e maravilhosas vistas para o vale. Ao longo da subida até haviam alguns espectadores a puxar por quem passava, sabia bem.
Paramos no topo para mais umas fotos e descemos primeiro em alcatrão para depois entrar em pedra solta. No alcatrão ainda somos passados mas assim que a terra começa lá temos de nos descartar dos lentinhos... Este processo torna-se aborrecido. Até porque ainda foram vários. Está visto que nesta prova a grande maioria é amiga é de estradões.
No fim a chegada a Sta Cristina (uma estação de ski) foi feita por entre carros, com algum perigo totalmente desnecessário. Tinha sido um dia longo mas estavamos os 2 bem satisfeitos. Belas pedaladas (o R.M. também gosta é de subir) e belas vistas. Fomos para o RV park e hoje os duches eram de novo frios (por acaso até soube bem) e eram mistos. Quando eu ia a chegar ia uma senhora a sair e quando lá estava algumas espreitaram à porta mas perderam a vontade... Mais um mau exemplo da organização. O R.M. já tinha tomado o seu banho no rio que passava perto do RV park, em água bem geladinha...
Classificação do dia 166 de 262, com 6:54:53 (2:46:17 do 1º). À etapa 4, 189 de 270 em Men, na geral 328 de 521.
Finnally on our 4th stage. The main one of the event. Waiting for us were 3600m of climbing in 83,5km. A busy day. To help it, after it we would have another 3 days all of them with more than 3000m of climbing. This was the turning point, where the pain would really start.
Out of the center of Bressanone and after a couple of kilometers whe were already stoping. There was a narrow bridge followed by a singletrack. With those 2km of flat seccion we could only have a traffic jam. 10 minutes waiting. After it up to the 5th km in the fast and flat to warm up, but after that the main course was served, climbs.
With the highest point at 2300m and the second one at 2100m. Here we go! We set into our pace and start our daily routine, overtake all the Grand-Masters, Masters, Women e Mixed that were slower than us (also a few Men, but from our classement, not many). A long but not too steep climb, with just one short pitch where everyone in sight was walking but me and R.M.. People were taking care with this stage...
Slowly but steadilly we got to the 1st feed station, we had only a quick (for us) downhill, the first one where we overtook other competitors, maybe because it was slightly technical with some loose rock. And in to the 2nd climb, that just seemed like the continuation of the first one, so quick was the downhill. Refilling the camelbag, I hadn't taken my water bottle, and eating, we had to keep our batteries fully charged.
The climb was very similar to the previous one and so we resume our pace and our overtaking procedures. The trees getting fewer and fewer and the mountain tops getting closer. The final part is on a pedestrian route very steep and with loose rock. I insist on riding it, unlike most of the people, but some of the riders were not very helpfull and I have to start walking (I think that I would do that sooner or latter). R.M. is following, with the same problem as me.
On the top we go through a mountain refuge that had a very tempting patio (there were a lot of walkers sitting there) and in to a section where it was forbidden to ride. At the previous briefing we were told that due to park rules those 900m would be done walking. It was a shame because it was a very nice singletrack but at least we managed to really enjoy the spectacular view of the Dolomites. R.M. even managed to take one or two photos. It had taken us 3h30 to get there...
With so much time climbing I had drunk a lot of water... At the end of the downhill we went through a village and had to improvise a feed station at a fountain to refill my camelbag. Thankfully the Alps have a lot of those.
We were on the half-way climb, wich was quite shorter and quicker than the previous one, a fast downhill and in to a false flat where R.M. did the part of a locomotive and folowed him closelly. He ended up dragging a few others the we picked up along the way...
Second and last oficial feed station of the day for the preparation of the last climb of the day. A start on dirt with a short technically chalenging section with a strech at over 20% and the last few km in asphalt, it felt like the "Giro". Mountains on both our sides and great views into the valley. There were even some spectators cheering for us.
A quick stop at the top for a few photos and downhill all the way to Sta Cristina. Started with asphalt, where a couple of riders went by us, and into loose rock again, having now to pass them, again. Seems that most of the Transalps riders prefer fire-roads...
The finish was in Sta Cristina, a ski resort, through the cars, with unneeded peril... It was a long day but we were both quite happy. Very nice riding, R.M. also likes climbing a lot, and some great scenery.
Went to the RV park and today we had cold showers again (altough it felt nice that day) and none for the ladies. When I got there one was going out and while I was there a couple of them had a peek but changed their minds. Another bad example from the organization. R.M. had done his shower in a river near the campervan with near freezing water...
Day's classement 166 of 262, with 6:54:53 (2:46:17 from 1st). At stage 4, 189 of 270 in Men, overall 328 of 521.
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