segunda-feira, 27 de abril de 2009

Rapidinha

Hoje está de chuva... Mesmo assim decidi pedalar.

Fui de asfáltica ao Richmond Park, acabei por só dar 2 voltitas, pois está bastante vento. E afinal os ingleses também se escondem da chuva, só me cruzei com 3 outros ciclistas (pouquissimo pelos padrões dos dias secos).

Este fim de semana não houveram pedaladas, fomos passear à Cornualha. Muito bonita, muito verde, com uns belos montes. A repetir, mas com a bicla por perto.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Londres - centro de treinos

Hoje tirei finalmente as fotos que queria para um "post" que já à bastante andava a pensar escrever. Treinar em Londres.

Londres é uma grande cidade, com muita gente e espalhando-se por uma grande área. Não é o paraíso para quem quer treinar ciclismo, mas quem por cá anda vai arranjando métodos para conseguir um treino variado e eficaz.

Pelo que tenho visto, mesmo sendo uma grande cidade, há por cá muitos ciclistas sérios, com pretensões competitivas... Basta fazer uma pesquisa por clubes de ciclismo em Londres e várias páginas surgem como resposta. Seja o London Phoenix, o London Dynamo, o Dulwich Paragon... Para todos os gostos e em todas as zonas. Cada um destes grupos, tem dentro depois sub-grupos para as provas da Federação oficial, para o BTT, para as provas de estrada "sportives" e por aí adiante. Na zona onde vivo o mais forte e conhecido é o London Dynamo.

Em relação a zonas para treinar, há 2 zonas por excelência, o Regent's Park e o Richmond Park. Depois disto temos as ruas de Londres, os arredores e os rolos. Acho que os grupos da zona Este de Londres recorrem também a outros parques, mas ainda não sei quais são...

O Regent's Park está localizado na zona central de Londres (zona 1 do metro) e tem 2 zonas possiveis de treino, o Inner Circle, como o nome diz, um anel na zona central do parque. É uma rua normal, mas no sitio em que está quase não tem trânsito, só lá vai quem está perdido ou a passear. Tem um óptimo piso e desnivel quase nulo e é pequenissimo, em cerca de 5minutos está uma volta feita. É bom se não se gosta nada de trânsito e se tem paciência para fazer muuuitas voltinhas.

O Outer Circle é a estrada que circunda todo o parque. Tem um piso razoável e passa mesmo à porta do Zoo de Londres. A volta pode ser feita contra ou como os ponteiros do relógio. Se pensarmos que no Reino Unido se conduz pela esquerda, isso significa que a volta contrária aos ponteiros do relógio leva a que se ande sempre do lado do jardim e que todos os cruzamentos se fazem para a esquerda, nunca cruzando a estrada. Este é o sentido que a grande maioria usa, por ser o mais seguro. O desnivel também muito reduzido (devem ser para aí uns 5 metros), mas há uma ligeira pendente ascendente num dos lados e descendente no outro (mesmo com uma pequena descida). O fim de semana é o forte deste local, com muitos ciclistas às voltinhas nestes dias de menor trânsito.

Nas ruas de Londres acho que temos 2 opções principais, séries (entre semáforos, com táxis, com outros ciclistas, com a nossa sombra...) ou voltas mais técnicas mas menos rápidas, tendo de ondular entre carros e tentando não tirar os pés dos pedais antes do semáforo abrir. Nalgumas ruas podem-se mesmo fazer corridas com os semáforos, tentando passar o máximo número de verdes (a abertura e fecho do semáforo tem geralmente um período de tempo definido). Pelo que sei, nalgumas zonas onde há menos semáforos, alguns comuters fazem pseudo-corridas entre si usando como tiro de partida os semáforos.

Sair de Londres é sempre uma boa opção, desde que se saiba onde se quer ir... No meu caso só ainda saí de Londres para pedalar 2 vezes. A primeira para um passeio do BTT em Woking e a segunda para o Easter Classic do Phoenix (esta não foi bem, pois acabei por ir e voltar a pedalar). Ainda não conheço muita coisa, mas já ando a planear ir a alguns eventos, quer de BTT, quer sportives. Importante é que o transporte terá de ser o comboio (que por cá é bastante bom mas caro) ou então começo a arranjar mais companhia para dividir os custos de alugar um carro. Para já as opções que estudei são relativamente perto de Londres, onde o comboio chegue perto e dê para voltar no próprio dia.

O rolo é sempre uma boa opção se houver paciência para tal. Para já não faço tenção de o usar.

O Richmond Park é o local mais tipico dos meus treinos aqui por Londres. Meu e de centenas de outros ciclistas. É um parque maior e tem um relevo um pouco mais alegre.
Roehampton Gate

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Já algo que se possa chamar subida e é fácil alternar esforços só com a alteração da pendente. É também uma zona calma em termos de trânsito, mas mais por uma questão de regulamentação que de pouco uso... Por lá o limite de velocidade é de 20milhas/h (32km/h) e há sempre um carro da polícia a circular.

Aqui não há cruzamentos, só rotundas, que torna ambas as opções de com ou contra os ponteiros do relógio igualmente seguras em termos de cruzamentos. É uma volta de 11km que faço actualmente em 24minutos (sem pressas). O London Dynamo usa o parque para os seus treinos de grupo aos sábados e como ponto de partida para as voltas que saem de Londres.

O circuito (como eu costumo fazer), arranca do Roehampton Gate com uma pendente ascendente suave, mas perceptivel, na direcção do Richmond Gate com uma rampa a cerca de 2/3 do caminho. Vira-se para o Kingston Gate para uma zona com terreno ondulante (o chamado "portuguese flat") e ao chegar a esse portão apontamos para a subida mais forte do circuito, onde não se sobem muitos metros, mas já dá para ver o pulso a aumentar. Daqui liga-se ao Robin Hood Gate numa zona relativamente plana passando por uma rápida descida onde facilmente se excede o limite de velocidade legal para o parque... e até está lá uma placa a lembrar que o limite também é para os ciclistas. Mais uma rotunda e apontamos para o Roehampton Gate sempre por plano. O piso é maioritariamente bom, com uma pequena zona com vários remendos no asfalto, mas nada de preocupante. Como percebem pela descrição já o conheço bastante bem... E até tem alguma variedade.
Roehampton Gate do Richmond Gate

população residente

portuguese flat

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lembrete na ligação Kingston Gate - Robin Hood Gate

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Robin Hood Gate to Roehampton Gate

sempre alguns ciclistas a circular e ao fim da tarde e fins de semana mesmo bastante gente. É sempre divertido tentar seguir alguns ciclistas e, quando se está a andar depressa, passar alguns carros. Como não há prédios altos por perto, tenho sempre a sensação que estou mesmo no campo e não no meio de Londres...

No forum há mesmo uma competição, o Richmond Park 3 lap challenge, onde podem perceber o objectivo da competição... Sempre é algo para me motivar a andar mais rápido.

E esta é a versão alcatrone... Em breve a versão com pó.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Agenda cheia

Este fim de semana que passou foi bastante preenchido em termos de pedaladas. No sábado fui dar as primeiras pedaladas com um grupo informal que se intitula RPCC (acho que é Richmond Park Cycling Club) que se junta aos fins de semana para voltas de asfáltica por local a acertar na semana anterior. Este grupo gerou-se da comunidade de foristas do forum do site Bikeradar, do qual também faço parte.

Pelo que percebi já existe a algum tempo e neste fim de semana em que decidi aparecer. Parece que uma boa parte dos regulares faltou. Mesmo assim estava um belo grupo de 9 ciclistas... O plano era o habitual de sair para o sul de Londres, fazendo uma rápida incursão aos montes existentes nessa área chamada de Surrey Hills.

O trajecto levou-nos a sair rapidamente da zona urbana pois com cerca de 45minutos de pedalada já estavamos em zonas bem calmas e estradas secundárias. O grupo acabou por se revelar de andamento homogéneo dentro da heterogeneidade de andamentos existentes. Os mais rápidos (dos quais estou excluido) a não esticarem muito o andamento e os mais lentos a dar corda aos sapatos. Passamos por algumas subidas dignas desse nome (coisa inexistente em Londres) e fomos à subida mais famosa aqui da zona, o Box Hill.

Acabou por ser uma volta de cerca de 100km, mas que me pareceram menos, o ritmo nos planos não foi muito rápido mas dei o litro nas subidas, estava para aí virado, que querem... Box Hill é sem dúvida uma subida jeitosa, mas a altura máxima fica-se pelos 200m, pelo que não é nenhuma Serra de Sintra, mas já dá alguma luta. Pelo que eles diziam nesta volta evitamos a maioria das subidas da zona (estou curioso). Chegamos de novo ao Richmond Park cerca das 13h, pelo que tive muito tempo para o relax durante a tarde... Para o próximo fim de semana estão a combinar uma volta Londres-costa-Londres, brincadeira que ficará perto dos 200km e alguns dizem que querem que a média ande nos 27,5km/h, pelo que vi, há lá meninos para isso, só tenho pena é de não poder ir...

Na tarde de sábado estive de conversa com o meu vizinho. Vejam lá a minha sorte que na casa que alugamos aqui em Londres mora um ciclista... Com ele iniciei-me no trânsito londrino e boas dicas me tem ele dado para as rotas que tomo e cuidados com o trânsito... Também gosta das longas ditâncias mas parece-me que até eu chegar não tinha muita companhia para isso. É o chamado 2 em 1, é a ganhar para os 2 lados. Só é pena que ele esteja em convalescença de uma lesão no joelho resultante no grande aumento de ritmo nas suas voltas quando cá cheguei... Continuamos com algumas ideias engraçadas que irão a seu tempo descobrir e parece que finalmente a coisa está encaminhada. Vamos a ver se desta vez não puxo demais por ele. Combinamos uma volta urbana de bicla com uma amiga dele ao outro lado de Londres, a Hackney, para o domingo.

No domingo então fiz um treino mais rápido com umas "séries" (muito pouco estruturadas) pelo Richmond Park bem cedinho pela manhã (saí às 8h) e dei conta que as acelerações de sábado afinal sempre tinham feito alguma mossa. Disso é que a gente gosta... Empenos. Cheguei a casa cerca das 10h, passei-me por água e vesti os trajes de comuting para irmos ao nosso passeio.


O plano era chegar a Hackney por volta das 12h para ver um evento de bicicletas que lá havia na Hackney City Farm, com venda de peças usadas, banca de reparações a biclas gratuitas e outras coisas paralelas. Como ninguém tinha estudado o mapa, voluntariei-me para fazer a navegação pelo mapa, até não correu mal até lá chegarmos perto, onde acabamos por entrar numa avenida um bocado movimentada, mal lá nos fui safando.
Hyde Park 2

Belo semáforo!!

Chegados ao local do evento acabamos por ficar bem desiludidos, esperavamos mais gente e mais eventos, afinal a coisa era pequena, mas valeu bem a pena pelo belo dia de sol que estava e novas rotas que aprendi. A visita à quinta também valeu a pena pelo belo cafézito que lá há onde comi uma bela sopa, e um bolinho de figo e noz delicioso. A S. uma bem recheada sandes de bacon e uma fatia de bolo também com óptimo aspecto e o A. outra sandes de bacon. Pelo que vimos dos pratos por perto de nós tudo deve ser daquele calibre, a repetir, se conseguir com a D., acho que ela vai gostar.
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Hackney City Farm 2

As nossas montadas

Por cá todas se roubam

No retorno acabamos por tomar uma rota diferente um bocado ao sabor do vento, foi divertido e descontraido. Soube-me muito bem e os meus músculos também agradeceram. Acabei por chegar a casa 1h30 mais tarde do que previa. Era para ir passear, mas acabamos só por ir jantar fora. Que também foi bem bom...
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St Paul's 2

Speaker's Corner num domingo de sol 2

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Empenada Páscoa

Na passada segunda-feira foi dia de mais um longo treino. Era feriado e o tempo tinha andado razoável. Descobri um evento aqui bem perto de Londres, organizado pelo London Phoenix Cycle Club (London Phoenix), o London Phoenix Easter Classic. É o que eles por cá chamam uma "sportive", ou seja, uma prova/passeio à moda das maratonas de BTT por Portugal, uma batelada de kilómetros cronometrados, mas sem taças ou prémios para os primeiros.

O plano consistia em ir até à partida a pedalar, fazer a versão mais longa (114km) e voltar de metro (aqui em Londres só se podem levar as biclas no metro em determinadas linhas e zonas dessas linhas e, por sorte, 2 desses troços passam bem perto de minha casa). O busílis da questão prende-se na zona em que decorre o evento, o Kent...

Vamos lá a explicar a coisa... Eu moro na zona Oeste de Londres, em Hammersmith. O Kent situa-se a Nordeste de Londres, ou seja, tinha de atravessar Londres inteira o que, com a ajuda da ferramenta de planeamento de rotas que já antes referi, parece exequível. Planear a rota, descarregar como ficheiro do GoogleEarth e converter num ficheiro utilizável pelo meu GPS, trabalhito todo feito de véspera...

A escolha entre a rota mais rápida e a mais calma fez-se por uma questão de sono. É que mais 30 minutos de manhã sabem muito bem. E mesmo assim o tempo previsto a uma média de 24km/h era de 1h30m.

Arranquei às 7h00 numa enevoada mas seca manhã e, como por cá era feriado, previa que o trânsito fosse pouco. O track levava-me por várias artérias principais pelo que se exigia mesmo que não fosse a pastar...

As primeiras pedaladas voltaram a confirmar a precisão do site e lá fui indo pelas vazias ruas de Londres, onde só me cruzei com meia dúzia de táxis e outras tantas carrinhas de entregas. E tudo corria bem até que, de repente, a rota planeada me aponta mesmo em cheio para uma auto-estrada... Que para além de ser de uso interdito a bicicletas tem um trânsito rápido que nada auxilia à minha segurança. Solução de improviso: navegar por azimute (ainda bem que tenho carregados mapas razoáveis no GPS...).

Até não correu nada mal. Acabei por dar uma volta maior mas passei por uma zona que em 2012 estará cheia de turistas e desportistas.
2012

Quando já se começava a perceber que estava a entrar nos subúrbios tive ainda a oportunidade de apanhar as primeiras gotas do dia.
Is this Kent?

Mesmo assim acabei por chegar só com 15 minutos de atraso em relação ao previsto, nada mal. Com partida prevista para as 10 horas, chegando às 9h, já estavam bastantes carros por lá e ainda se via gente a chegar. Não tinha feito inscrição prévia por isso fui tratar disso rapidamente (pouquissima gente na fila) e assim que acabei foi ver a fila a engrossar. Comi uma bucha e esperei até à hora.
London Phoenix Easter Classic

London Phoenix Easter Classic

Por cá esta coisa das partidas é feita de modo muito diferente de Portugal. Em vez de arrancar tudo ao molho e fé em Deus arranca-se por grupos. Ou seja, parte-se à hora que se quiser (dentro do limite do razoável) e o tempo contabilizado é sempre o real. Os grupos têm um número limite de pessoas e um tempo mínimo entre cada. Assim evitam-se grandes aglomerações.

Como já estava mais que pronto consegui arrancar logo com o 1º grupo, que saiu cerca das 9h40. Não chegava a ser o número limite de 30, mas andava lá por perto. Haviam bicicletas com variedade, chaços e aviões passando pela minha corriqueira Giant. O ritmo de início foi calmo até nos apercebermos que o percurso estava mesmo bem marcado com setas em todos os cruzamentos. Depressa mergulhámos nos prados do Kent e o ritmo gradualmente foi aumentando para o vivo, cortesia de 4 elementos de uma equipa que estavam a fazer as despesas.

O tempo oscilava entre o húmido e chuviscoso e a estrada estava bem molhadinha, mas nada que nos assustasse. a certa altura os 4 ciclistas que estavam a manter o ritmo devem ter-se fartado de puxar pelo resto do pelotão e o ritmo baixou para o passeio. Nessa altura achei que era boa altura para lhes mostrar que afinal havia mais gente disposta a colaborar para manter o rimto inicial e acabaram por aparecer mais 2 ou 3 que como eu estavam a gostar de andar depressa.

Andar em pelotão na estrada é algo a que estou pouco habituado e acho que em Julho sou capaz de apanhar algumas vezes, pelo que a ideia do dia era, além dum treino fisico, ganhar alguma experiência de pedalar em grupo. Entre curvas e contracurvas, fui alternando entre a frente do grupo e mais ao meio, para descansar um pouco, pois o ritmo estava rápido para o meu habitual... Fomos apanhados por um dos grupos que partiu depois de nós, também com bastantes elementos (mas menos que nós) e acabámos por seguir um pouco com eles, para meu desgosto pois acelerámos mais um pouco e tinha dúvidas se aguentaria aquele ritmo até ao final, mesmo se me resguardasse. Ao fim de algum tempo os elementos mais rápidos do grupo acabaram por se afastar enquanto que outros ficaram connosco. Voltei a partilhar tarefas.

Chegámos a metade do percurso (aos 55km) em cerca de 1h40 e tinhamos um posto de controlo onde a maioria parou, novamente os mais rápidos decidiram ir andando e comi 1/2 banana e uma barrita caseira cortesia da organização (fazia lembrar a famosa "barra da Berta" pelo aspecto caseiro e por ser bastante gostosa, mesmo usando ingredientes diferentes). Foi o primeiro e último abastecimento da oganização no percurso. Haviam muitos pub's, mas a esses iriamos por nossa conta, se quisessemos.

Arrancou a maralha de novo e depressa voltamos ao passo anterior. Nesta 2ª parte do dia a coisa parece que não funcionou tão bem e com cerca de 2h50 de percurso houve uma queda na traseira do grupo em plena recta. Alguns dos presentes comentavam entre si que havia por ali gente que se estava a esticar um bocado no ritmo e que se tinha de andar bem atento ao que se passava à nossa volta. Felizmente que não houveram estragos de maior e estavamos todos rapidamente a pedalar. Um pouco mais tarde foi a minha vez...

Andando numa estrada secundária, numa curva para a direita, ia mais para o meio do grupo e, quando dou conta, está uma bicicleta mesmo na linha que eu tenho de cruzar... Não estava a contar com aquela mudança de trajectória e dei-lhe em cheio. Perco completamente o controlo da bicla e acabo por ir parar à valeta. Alguns arranhões, coxa e joelho a doer e a bicla com as manetes e direcção tortas e a roda da frente ligeiramente empenada. Não sei se a trajectória esquisita foi a minha ou a do outro ciclista, o que é certo é que doeu.

O pessoal que ia a marcar o ritmo lá parou e veio ver o que se tinha passado, desta vez tinhamos sido 3 ou 4 a ir ao chão, mas acho que fui eu que fiquei pior.
Tive de recorrer à chave sextavada para as reparações quando a maioria do grupo já estava a arrancar e acabei por fazer sinal aos poucos que ainda esperavam para irem andando. Achei que sozinho os riscos de cair de novo seriam menores, além de que não queria ir naquele ritmo para já...

Depois das reparações feitas lá fui andando sozinho, agora já não passavam por mim grandes grupos de ciclistas, a maioria ia isolada ou grupos de 3 ou 4, mas poucos. O fim do percurso já estava próximo e passado um pouco fui apanhado por 2 casais de ciclistas. Um destes casais ia cada um na sua "fixie". Respeito. Muito respeito.

Estes tipos tinham arrancado depois de mim e tinham-me apanhado, sem mudanças, nem cubo livre...

Acabei por decidir ir com eles. O ritmo de uma fixie é estranho. Nas rectas se a escolha de relação for boa (como era o caso) aguentam um ritmo alto, mas com as inclinações dão no duro. Estes 2 eram malta rija, ela perdia um pouco de andamento mas ele se pudesse tinha-me deixado para trás num instante. Mas cruzamentos e curvas então... Como só têm um travão da frente que nunca usam (deve ser só pras emergências), para abrandar têm de contrariar a inércia com as pernas com calma e curvar sempre a pedalar, fazem trajectórias superlargas e curvas lentas.

Segui sempre com eles até ao final, acabando com um tempo final de 3h57. Em vez de darem uma classificação final deram-me um "standart" final de Silver. E o que é isto? Bom, parece que por cá têm um esquema de inserir cada participante num grupo de acordo com o tempo total, os mais rápidos serão Gold, depois Silver e por fim Bronze. Eu estava na dúvida se conseguiria chegar ao Gold, que era de 3h45 totais e parece que foi por pouco. Se não tivesse caído acho que tinha dado...

No final os participantes conviveram alegremente no local de onde tinhamos partido, um pub/clube de golfe onde muitos já estavam agarrados à bela da cervejola e muitos a confraternizar. Eu achei que já era boa hora de arrancar de volta para apanhar o metro e lá fui. Por agora o tempo tinha começado a melhorar substancialmente e já havia sol.

Volto a seguir o track que tinha descarregado no sábado para a estação de metro, mas acabei um pouco ao lado e tive de seguir o meu senso comum. Quando lá consegui encontrar a linha do metro (que nesta zona é à superfície), para minha surpresa estava fechada... Parece que estavam com dificuldades técnicas e a próxima estação a funcionar era Whitechapel, que eu não fazia a mínima ideia onde era...

Decisão, pedalar para casa. Sendo assim tive de voltar a usar a bela da bússola do GPS e seguir na direcção genérica de casa até encontrar alguma referência. Passei por algumas zonas de aspecto duvidoso, mas como não tinha muita hipótese foi tentar não ir muito devagar e manter-me nas ruas principais. Após algumas zonas mais confusas comecei a entrar em Londres e começaram a haver algumas indicações de rotas cicláveis, embora algumas dessas indicações se perdessem. Após algumas centenas de metros sempre ia aparecendo uma de vez em quando que me auxiliava no meu retorno.

Desta vez acabei por tomar uma rota mais turística e quando cheguei a Westminster, já era terreno conhecido. Foi só seguir o Tamisa quase até casa...

Balanço total 180km em cerca de 7h, contando com as paragens. O que mais me surpreendeu foi que já em Londres, com cento e muitos kms nas pernas, ainda estava capaz de manter ritmos de 30km/h, embora a capacidade de aceleração estivesse muito reduzida... Acabei razoavelmente empenado, com uma bela assadela, resultado de não ter feito provisões para ter o famoso Halibut em casa (agora já o tenho e tenho estado a dar-lhe bom uso).

Ficam ainda algumas fotos tiradas pela organização, onde apareço (só uma vez) ainda incólume. Vejam lá se me descobrem?
London Phoenix Easter Classic

Na terça-feira ainda senti bem as mazelas, mas menos do que esperava, parece-me que a recuperação será rápida...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Novas vertentes

No dia 10 de abril houve em Londres um meeting de pista (http://www.bristowevents.co.uk/goodfriday.html), por sinal bem perto aqui de casa. A ideia era ir lá ver, mas o tempo inglês fez das suas e esteve aquela típica chuvinha molha-tolos o dia todo. Acabei por ficar por casa.

Mas no sábado já esteve um tempo razoável (só chovia por períodos) e acabei por ir lá ver o que se passava. Uma viagem urbana, feita com auxílio de uma ferramenta que o meu vizinho me recomendou (http://london.cyclestreets.net/) para definir a rota.

Uma rota urbana, sem stress. E isso aqui por Londres até pode ser uma coisa interessante. Os ciclistas por aqui também são gente. E temos rotas, sinalização nas rotas e "advanced stop boxes"
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Parece que de acordo com as estatísticas é mais seguro pedalar por Londres que fora da cidade...

E, verdade seja dita, os ciclistas urbanos (comuters) são muitos por cá e os condutores respeitam-nos mais que em Lisboa, excepto os taxistas, que são um perigo em todo o lado.

A sinalização e as rotas estão espalhadas por todo o lado, só é preciso saber os nomes das zonas para onde queremos ir e as que estão no caminho. Muito útil, só é pena que o meu mapa cerebral de Londres ainda não tenha muitos nomes... Melhor ainda são as "advanced stop boxes", caixas reservadas para as bicicletas defronte dos semáforos. A ideia é as bicicletas esgueirarem-se por entre os carros até chegar mesmo ao pé do semáforo e aí esperarem pelo verde. Os carros ficam paradinhos atrás de nós, sem direito a refilar por estarmos mesmo à frente deles, é o nosso direito.

As rotas oscilam entre o útil e o ridículo. Temos algumas exclusivas para as biclas, segregadas, outras na berma com boas condições (piso, limpeza, espaço) e outras na berma com más condições (buracos vários, montes de detritos e estreitas) - estas últimas conhecemos nós bem em Portugal.

Herne Hill em si é um velódromo que data de 1948, data dos anteriores Jogos Olímpicos de Londres e é o único espaço criado para esse evento ainda em uso hoje (pelo menos é o que eles dizem).
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Foi a primeira vez que estive num velódromo. Aquilo é grande... Neste caso, como é ao ar livre, o piso é de cimento (deve dar um bonito resultado nas quedas).
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Estava completamente vazio... Haviam sinais de ter estado por lá bastante gente na véspera (os baldes do lixo bem cheios), mas nesse dia nada. Quando estava quase a sair, lá apareceu um ciclista, estava a ver se fazia um treinito, parece que ao sábado há sempre, mas naquele dia deviam estar a descansar. Perguntei-lhe se teriam havido corridas ontem e ele responde que sim, tinha estado bom tempo, nem húmido nem nada... São loucos estes ingleses!!!

Mas a verdade é que me deixou curioso. Já convenci o meu vizinho para em Agosto fazer um dia de introdução ao ciclismo de pista. Há mais interessados?

domingo, 12 de abril de 2009

Introdução

Pois é, finalmente tomei o grande passo e abri um blog. Já há muito que pensava nisso e agora, com muito tempo em mãos, acabei por fazê-lo.

Por aqui encontrarão as últimas noticias acerca das minhas andanças pelo Reino Unido. Muito terá a ver com as minhas pedaladas, mas poderá também acontecer algo importante nesse dia não relacionado com biclas, mas que ache caricato/curioso e acabe por aparecer aqui. É que a ideia de sermos um conjunto de caixinhas isoladas e compartimentadas não me convence, sou mais partidário que tudo o que faço afecta tudo o que sou...