sexta-feira, 11 de maio de 2012

Gorrick 160

No passado domingo participei na Gorrick 100, uma competição de BTT com 7 voltas a um circuito de 10 milhas. Sim, 7 voltas, e sim, chama-se Gorrick 100 mas não são 100 milhas, nem 100 km, detalhes... É a 3ª prova da Endurance Series e aqui perto de Londres, na floresta de Swinley.

A prova foi no domingo, felizmente para mim 2ª foi feriado por isso não houveram problemas de voltar muito cansado para o trabalho. A prova tinha inúmeras categorias, com a maior distância a serem os 115km (7 voltas) e depois 5, 4, 3... Acho que a menor era 1 volta. Opções para todos os gostos.

O dia iria começar cedo, com a partida às 8:30. Quando fui visitar o site dos caminhos de ferro ingleses tive uma surpresa desagradável. O primeiro comboio chegaria à estação que geralmente uso para aceder a Swinley às 8:24. Tentei todas as estações que vi por perto, ainda fui ver aluguer de carros. Nenhuma hipótese na primeira e muito cara a segunda. Sobrava então a opção dos duros, pedalar até à partida.

Estudada a rota, um bom bocado já seria meu conhecido das voltas na asfáltica e como seria bem cedo num domingo o trânsito deveria ser pouco. 45km era o que me esperava.

Domingo então despertar às 5h, rápido pequeno-almoço e saida às 5h45, 20 minutos depois do sol nascer. Chiça, porque meto eu estas ideias parvas na cabeça...

Mochila carregada e estradas vazias lá fui eu, num ritmo vivo, para ver se conseguia chegar a horas, tinha saido atrasado 15 minutos (o tempo de viagem previsto era de 2:30). Céus enevoados mas só uns salpicos até Swinley, a viagem foi mais curta que o previsto, a mochila é que já estava a fartar...2 horas e 47 km de aquecimento.

Cheguei ainda antes do secretariado abrir, tempo de começar a preparar o camelo para a corrida e conhecer um casal do meu clube que também marcou presença na prova.

88 homens e 6 mulheres à partida e pouco depois das 8:30 estavamos a pedalar, de imediato numa subida, o ideal para nos separar antes de entrar nos muitos singletracks que o circuito tinha. Nos meus sonhos de grandeza ainda me esforcei por não perder os primeiros de vista, mas no primeiro plano já estavam bem longe, apenas um estava no chão agarrado ao braço e a bicla bem afastada. Uma grande poça engolidora de biclas (outro ciclista estava lá dentro com as rodas entrerradas para além dos cubos) tinha feito estragos...

Tratei de despachar a primeira volta depressa ao mesmo tempo que aprender o circuito (naturalmente não fiz reconhecimento) para depois entrar no meu ritmo e fazer as restantes voltas junto dos atletas mais próximos do meu ritmo, ou pelo menos assim o planeava.

O circuito fazia bom uso dos singles de Swinley com uma boa dose de subidas na primeira parte da volta e uma 2ª metade mais rápida, ao final da 1ª volta tinha uma média de 18km/h. Estou a voar, pensei eu.

Alguns companheiros de ocasião, comendo e controlando a bebida imprimi um ritmo forte (para a mim) mas que pensava conseguir aguentar até ao final. Na 3ª volta já sentia alguns efeitos desse ritmo e da falta de hidratação, avisos de caimbra na perna direita. Na 4ª volta o estômago às voltas e tive de parar de comer. Decidi no final da volta fazer uma pausa para vazar a bexiga e olear a corrente, mas num pequeno declive a perna voltou a dar sinal, desta vez uma caimbra a serio. Parar, esticar a perna e aguentar a dor, relaxar. Não, que ela está de volta. Uf, isto dói, há muito que não tenho caimbras... Vamos lá atrás daquela árvore. Não, que ela voltou. Chiça, estou mesmo empenado.

Finalmente consegui mover-me e prosseguir com o planeamento. E apostar na hidratação. O circuito já estava quase memorizado e mesmo a tornar-se algo aborrecido, não que os trilhos fossem chatos, mas repetir as mesmas curvas 7 vezes cansa qualquer um. Na 5ª volta tive de enchar o camelo de novo (os 2l às costas + 0,5l no bidon deram para menos do que eu esperava). As pernas agora com um ritmo mais calmo pareciam estar melhores. À 7ª foi altura de apertar de novo e ver o que ainda sobrava de energia. Ao passar o arco senti que dei o que tinha, muito cansaço fez com me estendesse na relva uns bons minutos. 2 dedos de conversa com outros finalizadores e hora de recarregar. Uma "bacon, egg and sausage buttie" era o maior que tinham. E que bem me soube. Sal, proteinas e gordura com fartura, mesmo o que eu precisava.

Felizmente para mim aquela hora já haviam comboios, carregar de novo a mochila e até Martins Heron para 1 hora num quentinho e tranquilo comboio, nunca um assento soube tão bem.

Resultados aqui e fotos aqui e aqui.


Past sunday was the Gorrick 100, a MTB race with 7 laps of a 10 mile circuit. Yes, neither 100 miles nor 100 km, but still 100. The 3rd race of the endurance series, happening at Swinley Forest, and I was there.

With a bank holiday on monday I did not have to worry about working on the next day, which was quite convenient. The race itself had a number of categories, besides the usual male and female you could choose between 7, 5, 4, 3, 2 or 1 lap of the circuit, so all would have their filling.
The would begin early, with a 8:30 start. But how early I would only find after my visit to the national rail website. The first train only arrived at my usual stop at 8:24. Looked at all the other nearby rail stations, no luck, looked at renting a car, too expensive... Option left, man up and ride to the start.

Plotted a route, most of it ended up on familiar roads form my road rides. It was a sunday so traffic should be low. 45 km awaited me.

So up by 5, quick breakfast and out by 5:45, 20 minutes after sunrise. Why do I get these ideas in my mind...

Loaded backpack and empty roads there I went, on a lively pace to get there on time, I had left 15 minutes later than intended and the estimate was for 2:30 hours of riding. Cloudy skies but no rain I got there quicker than expected only the backpack was beginning to bother me. 2 hours and 47 km of warm-up done.

Registration desk still closed, had time to get my camelbak ready and meet a Dynamo couple that was also entering.

88 men and 6 women at the start. Minutes after 8:30 where all pedaling up and away. A convenient climb right at the start did the job of spreading us out before the first of the numerous singletracks. On my delusions of grandeur I was trying not to loose the first bunch but at the first flat bit they were already quite far, except for one that was lying on the ground holding his arm. A big bicycle gobbling puddle had took its claim. Another rider was hub deep trying to pull his bike out.

The first lap was done at speed and also learning the circuit (no reconnaissance for me), the plan was to ease up after that and try and keep closer to some other rider for the rest of the day.

The circuit made good use of the famous Swinley singletrack and had most of the climbs on the first half. The later quicker part meant that at the end of lap 1 my average speed was of 18km/h. "I'm flying" my inner voice said.

Finding some race buddies, eating and controling my drinking I was pushing as hard (by my standards) pace that I thought would be holdable until the finish. At the 3rd lap my body was starting to complain and warning me of approaching cramp on my right leg. On the 4th one my stomach was getting upset and I had to stop eating. Made the decision to do a quick stop to oil emprty my bladder and oil the chain at the end of lap, but on a short climb it got to me, proper cramp on the right leg. Stop, stretch and endure the pain. Now relaz. No, here it comes again. Ouch this does hurt, haven't had cramps for very long, did not remember how much they do hurt. So now let's do that break. Oops, here it comes again. God am I broken...

Finally managed to move and follow the plan and get some more fluids in. The circuit was moslty memorized and to much so to be honest. Not that the trails were not fun, just that doing the same twist and turns for 7 times in a row is enough for anyone. At the 5th lap time to refill the camelbak (the 2l on my back + 0,5l on the bottle lasted less than I expected). Legs seemed better now with a steadier pace. On the 7th and last lap time to speed up again to see what could be sequeezed out of myself. As I passed the finish a sense of acheivement, I put out all I had, time to lay down on the grass and chat with some other finishers. Recharge with a bacon, egg and sausage buttie (there was nothing bigger). Plenty of protein, salt and fat, but it felt sooo goood...

Luckilly the trains were now running so backpack on and saddle up, time to head for a warm and peaceful train at Martins Heron, never a seat felt so comfy.

Results here and photos here and here.

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