terça-feira, 23 de agosto de 2011

Após a minha primeira incursão no CX no final do ano passado, ficou o bichinho e a necessidade de motivação para pedalar nos frios meses de inverno.

Hoje meti-me no comboio e fui buscar uma bicla usada para ir brincar na lama.


After last years first contact with CX, the interest stayed. Also aided by the need to keep pedaling during the wet and cold winter months, today I got on a train and got myself a second hand "mud-toy".

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Caminho Françês de Santiago - dia 8 (Ventas de Narón a Santiago de Compostela) - Já!!!!


Chegados estavam os últimos km da nossa peregrinação. Um dia mais curto, mas não por isso mais fácil o famoso rompe-pernas da Galiza esperava por nós.

Como não podiamos destoar, arranque bem cedinho... O sol ainda estava por aparecer e o frio da noite fazia-se sentir. Desde cedo que começamos a cruzar-nos com peregrinos a pé. Se ao entrar na Galiza se notou um incrremento nos caminheiros, hoje então rebentou com a escala.... Não sabemos se só por ser perto do final ou por ser feriado, haviam centenas de pessoas pelo caminho. Grupos grandes com fartura, bem falta nos fez uma campainha.

Entre o sobe e desce dos montes e o zig-zag entre os peregrinos fomos passando localidades. Palas de Rey, Melide, Arzúa... Os km fizeram-se depressa e perto do almoço já chegavamos ao Monte do Gozo, onde finalmente se vê o objectivo da viagem.

Todo o dia me importunou um furo lento, que se ia tornando mais rápido com os km. Felizmente as últimas bombadas dadas no Monte do Gozo foram santas. Ao chegar à Praça do Obradoiro já não fazia diferença. Era tempo de ir gozar as ruas da cidade e comer umas raciones.


These would be the last miles of our pilgrimage. A shorter but not easier day, with Galicia's famous hills awaiting us.

As usual our early start meant that the cold night air was still lingering. The warm rays of the sun were dearly missed. Very early we started seeing walkers. And if when arriving to Cebreiro we were seeing more people on the route, now it was off the scale. Was it because we were near Santiago, was it just because it was a bank holiday??? There were hundreds of pilgrims. Plenty of large groups... We did miss a bell on our bikes...

So going up and down hill, twisting and turning around walkers we passed Palas de Rey, Melide and Arzúa. The miles were going by quickly and near lunch lunchtime we got to Monte do Gozo, where we could finally see our goal.

A bit more air in the rear tire (I had a inopportune slow rear puncture) and managed to arrive at Praça do Obradoiro. Time to rest, enjoy the city streets and some tapas.



Trajectos cortesia de RM   Tracks courtesy of RM

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Caminho Françês de Santiago - dia 7 (Pieros a Ventas de Narón) - o afamado Cebreiro

Após mais uma bela noite bem dormida acordamos com as galinhas e saimos ainda antes do sol nascer. Por entre montes vamos subindo e descendo, depressa chegamos à ainda adormecida Villafranca del Bierzo. À saida o trajecto acompanha a N-VI, uma larga mas calma nacional (provavelmente por culpa da quase paralela A-6). Apanhamos inúmeros grupos de caminheiros, seguramente saidos de Villafranca, uma das quase obrigatórias paragens no Camino.

Estamos já quase a chegar à Galiza, pela porta do Cebreiro, mas teremos de subir para o merecer. Este inicio é mantido, mas suave, a superficie alcatroada acelera o inicio do dia. Em Vega de Valcarce paragem para o primeiro reabastecimento do dia (o pequeno-almoço não tinha sido tão substancial como quando fomos nós a comprá-lo no supermercado...), em breve sairiamos da estrada e atacariamos a subida.

Em San Julián deixa-se a nacional para entrar numa estrada secundária, com a inclinação aumentar bem depressa. Entramos em terra para uma zona de bosque. A inclinação mantém-se e acentua-se mesmo por periodos, pedra solta, pedra presa. Temos por várias vezes de andar a pé até chegar a La Faba. Aqui o arvoredo dispersa e o trilho facilita, a pedra é mais presa. Desmontar já não é preciso e vamo-nos aproximando das nuvens. Ao chegar a Cebreiro estamos nas nuvens. A subida não é tão dura como a fama, ou as nossas expectativas é que estavam mais ao nivel dos Alpes que da Galiza...

Fazemos alguns km acima dos 1200m e a temperatura é bem fresquinha, a chegada a Triacastela é benvinda, pois já estamos a altitudes mais modestas. A recomendação tinha sido feita para a rota de Samos e essa seguimos. Em boa hora. Mais bosque e belos trilhos. Antes de Sarria já é hora de almoço.

O trajecto galego do Camino é bem mais frequentado e fomos passado bastantes caminheiros e alguns ciclistas. Sempre em sobe e desce ligamos a Puertomarin, na margem do rio Minho. Não queriamos parar em albergues grande, por isso deixamos para trás este ícone do Camino para subir em direcção à Galiza mais rural. Passamos 2 albergues da Xunta de Galicia, ambos cheios. Ao chegar a Ventas de Narón, localidade com 4 casas e 2 albergues termina a nossa jornada. Ainda chegamos a tempo de ver o fim de etapa do Tour, pela primeira vez nesta semana. Acompanhados e um bocadillo e uma caña, a tarde está ganha.
After another fine nights sleep, we were up before the sunrise again. This day, we were even out before it was bright... On hilly terrain we started our day, quickly getting to the still sleepy village of Villafranca del Bierzo. At it's exit, we joined the N-VI, a wide but quiet main road (probably due to the proximity of the A-6). There plenty of groups of pilgrims, surely having started their day from Villafranca, one of the typical stops of the Camino.

We were close to Galicia and about to enter it through the Cebreiro, but would have to climb our way to it. At it's start, a steady but sedate climb, on asphalt, permitting a speedy beginning of the day. We stopped at Vega del Valcarce for our first stop (the breakfast was not as big as we needed). We would soon leave the road to find steeper slopes...

At San Julián we left the main road and the steepness started. After that a dirt doubletrack in woodland. Same steepness, but with loose rock thrown in. So it was alternating between on the bike and pushing the bike that we made our way to La Faba. There we were out of the woods and the trail was easier, the rock became bigger and was stuck to the ground. No more pushing, we were able to pedal for all the remainder of the climb. We were up the clouds when we got to Cebreiro. This climb is very famous amongst the pilgrims, but not as hard as it's fame... Might we just had very high expectations or might we just have high standards???

We stayed above 3900ft for a few miles and the descent to Triacastela felt nice, the temperature at the bottom was quite warmer. We took the Samos route (as previous recommended), rode through woodland and near a stream, at lunch time we were already near Sarria.

This Galician part of the way is quite busier and we passed by plenty of walking and cycling pilgrims. On a constant up and down we got to Puertomarin, where we crossed the river Miño. We didn't want to stop on any of it's big albergues, so moved on into the rural Galicia. Passed by 2 albergues from the local council, both full, and ended up in Ventas de Narón, a village with 4 houses and 2 albergues. We still had time to watch the last part of the Tour stage, for the first time in the whole week. With a bocadillo and a pint we had a great end to our day.


Trajectos cortesia de RM   Tracks courtesy of RM

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Caminho Françês de Santiago - dia 6 (La Virgen del Camino a Pieros) - o caminho dá tudo

O plano do dia seria passar por Astorga e pela famosa Cruz de Ferro. O perfil ia mudar e os montes entravam de novo no menú.

Foi para nós um dia em cheio. Um bom aquecimento no plano, passagem por Hospital de Obrigo, e a sua bela ponte, centro de Astorga. Daqui até Rabanal del Camino já estavamosem suave subida, mas daqui até à Cruz de Ferro já subia a sério.

O trilho começa a ser mais técnico e tivemos a primeira avaria do Camino. Eu tive um furo. Tratamos de arranjar uma sombra que muito sol envelhece a pele e pouco depois estavamos de novo a pedalar.

Este foi também o dia em que vimos mais ciclistas. A subida do caminho dos peregrinos segue paralela a uma estrada e fomos vendo passar vários pelo monte acima. Nós seguimos pela terra, era mais lento mas mais divertido.

Ao chegar ao topo, mais uma foto da praxe e fomos deixar os nossos pecados, medidos à moda do RS, que nos tem em grande consideração (ele foi de propósito à gare da Guarda - onde o Sud-Expresso fazia paragem - para os dar as pedras que lá deixámos).


Depois desta animação veio o prato principal do dia. A descida até Molinaseca faz-se por um singletrack técnico de lamber os beiços... E nós bem o aproveitámos. A meio dela o RM decide fazer algumas reparações e eu descansar as mãos.



E pouco mais adiante temos um evento caricato...



O dito veio deu de si o o RM lavrou um pouco da descida... Com o seu engenho conseguiu por o atrelado em condições de seguir até à oficina mais próxima, mas por precaução procuramos o acesso mais rápido até ao alcatrão. Em Molinaseca não nos safamos, mas numa "ferreteria" de Ponferrada ficou achamos a salvação.


Acabamos foi por ficar um pouco perdidos nos arredores da cidade. Acabamos por achar que era boa hora para uma bebida fresquinha e dirigimo-nos ao centro para ver o que se encontrava. Mas ao subir o passeio o espigão do selim do RM fez crack... Pois, não era mesmo o nosso dia...

Como ainda era cedo fomos à mesma ao café até ser hora da loja abrir e depois lá fomos arranjar um espigão novo, mas desta vez de metal... Já lá estava à porta outro ciclista, também a fazer o camino. Tinha 1/2 pedaleira na mão, o crank do lado esquerdo tinha partido na subida à Cruz de Ferro. Ia com um grupo de amigos e eles seguiram enquanto ele arranjou boleia de volta a Astorga (onde pelos vistos não há lojas de biclas) e depois um autocarro até Pontevedra. Lá o deixamos nas suas reparações após repor o selim do RM.

Tinhamos planeado ao almoço ficar por Cacabelos, mas com os imprevistos já lá chegamos tarde, o albergue estava lotado já às 17h... Pedalamos mais 2 km e em Pieros estava já o albergue seguinte, mas um pouco diferente da norma.

Era um albergue vegetariano. O ambiente foi bom, tal como a refeição. Vários dos caminheiros estavam bastante contentes, diziam já sentir falta de uns vegetaizitos, coisa em que os espanhóis falham...




The days route would take us through Astorga and up to the famous Cruz de Ferro. It was a significant change in the profile, with climbing back on the menu.

And it was a busy day for us. A nice and flat warm up through Hospital de Obrigo's beautiful bridge up to Astorga, then gently up to Rabanal del Camino and from there to the Cruz de Ferro seriously up.

After Rabanal we had our first mechanical, a flat. That was an easy fix, so we just went for some shade and were quickly back on track.

This was the day when we saw the most cyclists. The walking route was parallel to the road and we saw quite a few going by. Our path was slower, but also much more fun...

As we reached the top time for the usual photos and also get rid of the burden of our sins, measured by RS (which as us in high regards by the size of the pebbles he gave us). He had given us the rocks to throw at the cross when the Sud-Express stopped at Guarda.

After all that came some amazing trails... A technically demanding singletrack downhill to Molinaseca where we had a load of fun, and a load of work. RM did some repairs while i had a rest in the shade to rest my hands. The pivoting pin in his trailers was getting looser and had to be bent to get better again.


And a little further on it completely gave up, breaking it's end. The trailer did some plowing. Luckily the Camino gives you everything. With RM resourcefulness and some wire from an abandoned telephone post he got the trailer good enough for us to quickly get into the asphalt (missing the final part of the singletrack) and to Molinaseca. No mechanics there, so we headed to Ponferrada where the problem was solved at an ironware store. We were a bit lost from the camino so just headed to the center of town, also a great excuse for a clod drink at a coffee shop. As we were going up the kerb, RM's seatpost went "crack". It definitively was not our day...

It was still early pm, so we had to wait for the bike shops to open. When we got there we founf another cyclist, this one with 1/2 a crank in his hand. It had broken on the climb to Cruz de Ferro. He got a ride back to Astorga, but it seems there are no bike shops in Astorga. So he had to take a bus to Ponferrada... When we left with RM's new seatpost (this time made of metal) his bike was already being fixed.

Our original plan was to stop at Cacabelos, but with the repairs needed when we got there the albergue was already full... After doing 2 more km on asphalt we were at Pieros, on the next one.It had a twist, the meals would be vegetarian.

The atmosphere was very good and at the meal several of the walkers told us it was great, vegetables were something they were missing. The spanish are not the best at doing your 5 a day...


Trajectos cortesia de RM   Tracks courtesy of RM

sábado, 6 de agosto de 2011

Caminho Françês de Santiago - dia 5 (Itera de la Vega a La Virgen del Camino) - o dia da Talega

Se tinha achado o dia anterior plano, este é que acertou as medidas. A talega entrou ao sair de Itera e só saiu de lá a corrente ao passar por León (por pouco tempo) e ao chegar La Virgen del Camino. Trilho a perder de vista e plano, plano, plano.


A grande maioria dos kms foi feita em terra, mas em trilhos construidos propositadamente para os peregrinos, paralelos a estradas, em muitos sitios com árvores plantadas num dos lados, para proporcionar sombras nos quentes dias de verão.

Tivemos novamente vento, não tão frontal como no dia anterior, mas o suficiente para fazer mossa. Com tantos km na talega acabou por ser o dia que me fez mais mossa, felizmente o RM ainda me conseguiu proteger do vento por uns bons bocados.

No final do dia passagem por mais um dos marcos da peregrinação, León. Ruas pedonais com fartura, bem cuidadas e bonitas. Sem dúvida a visitar de novo, quem sabe se aproveitando a proximidade dos Picos de Europa...

Paragem em La Virgen del Camino, logo a seguir a León. Não é propriamente um terra muito bonita nem com nada de particularmente apelativo, mas o albergue é bom. Pequeno e com boas condições.




If I had thought the previous day was flat, this day reset my standards... The big ring met with the chain as we left Itera and they parted only at León (for a short period) and as we arrived at La Virgen del Camino. We could see the trail up to the horizon. It was flat, flat, and more flat.

Most of the day was spent on dirt trails, purpose built for the pilgrims. Parallel to roads, with plenty of trees planted to give some shade on the hot summer months.

There was some wind again, not as much as the day before, but enough to make a difference. And with so much usage of the big ring, it ended up being the hardest day for me, even with RM sheltering me for some long stretches.

At the end of the day another of the route's landmarks, León. Lots of pedestrian streets, well looked after. Definitively worth another visit, who knows if not on a visit to Picos de Europa...

Final stop at La Virgen del Camino, right after Léon. Not exactly the pretiest of towns, but the albergue was good. Small and new facilities, as we like.

Trajectos cortesia de RM   Tracks courtesy of RM

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Caminho Françês de Santiago - dia 4 (Santo Domingo de la Calzada a Itera de la Vega) - entrada em Castela

Com tanta gente no albergue acabamos finalmente por não ser os últimos a sair, muito pelo contrário.

Os primeiros 30km são relativamente planos, mas após passar por Villafranca Montes de Oca o trilho inclina-se e leva-nos até aos 1162m, passagem pelo miradouro para a Sierra de San Milán e Montes de Oca faz-nos sonhar com futuras aventuras...

Rápidos estradões encaminham-nos para Burgos, ansiamos ver a sua famosa catedral. Uma grande cidade obriga-nos a seguir acompanhados de veiculos de 4 rodas por um bom bocado, mas o trajecto é fácil, sempre em frente até à dita. Majestosa...

Saida pela zona industrial e almoço na União Recreativa de Rabé de la Calzada, onde fomos muito bem recebidos. Após o almoço os trilhos são mais isolados, passamos por San Bol, onde mais tarde descobrimos haver um maravilhoso mas pequeno albergue, quando lá passamos parecia apenas um bosque.

Castrojeriz espantou-nos na sua travessia, uma pequena aldeia com 3 grandes igrejas. Terra muito abandona, exceptuando os seus albergues, toda ela cresceu em torno do Caminho, bem como muitas outras já cruzadas e outras ainda por descobrir. No sopé de um monte com um sobranceiro mas arruinado castelo. Quanto tempo sobreviverá esta jóia?

Na saida o porquê de parar antes.

Mas a decisão já estava tomada, havia que vencer o Alto de Mostelares e procurar albergue do outro lado. Passando Puente Fitero (uma bela ponte romana), o seu hospital de peregrinos e o rio Pisuerga entramos em Itera de la Vega. Mais uma aldeia esquecida no planalto.

Paragem de novo num albergue pequeno, que facilita a conversa e convivêcia. Tempo ainda para ir ver as ruas e descobrir o supermercado. Havia que repor energias e preparar o pequeno-almoço seguinte. Pouca gente se via, que fará nestas terras para sobreviver?

Conversas de final de tarde puseram-nos a falar com Eslovacos e Brasileiros. Nota-se que quem caminha a solo tem dias dificeis e que a peregrinação é para eles uma viagem muito contemplativa. Ao fim do dia a necessidade de conviver impõe-se e procuram conversar, partilhar experiências e contacto humano.




Today we finally weren't the last ones going out, but with so many people there it was easier than before...

The first 30km were quite flat, but after Villafranca Montes de Oca it got steeper and took us up to 3800ft, through the viewpoint Sierra de San Milán and Montes de Oca and we dreamed of other adventures...

Wider and and faster fireroads got us to Burgos and it's famous cathedral. It's a big city, so we had the company of 4 wheeled vehicles for a while, but on a easy to follow route. It was straight ahead into to the center.

Moving out through an industrial area, we made our lunch stop at Rabé de la Calzada, the local shop greeted us very well... After this the route was more isolated and we went past San Bol (we found out later that what we thought was just a wood was actually a very good albergue).



Castrojeriz amazed us with with it's small size but 3 big churches. It looked very abandoned, except for it's albergues. The whole village seems to have evolved around the "Caminho", as so many already crossed and others that we were still to meet on our way. On the foot of a hilltop castle I wondered for how will it be inhabited.

As we moved out of the streets we found the reason for seeing many people at the albergues doors.

But we had made our decision, we were to cross the Alto de Mostelares and find a place to sleep over the other side. After the beautiful bridge of Puente Fitero with it's pilgrim's hospital we entered Itera de la Vega, another forgotten Spanish village.


It was a small albergue again. We would be getting some of the spirit we liked about the St James Way. We had a walk along the empty streets and found the supermarket, got our refueling supplies, as well as our breakfast. As we walked by the empty house we wondered what do these people do to earn their meals???

On the post-dinner chats we spoke with people from Slovakia and Brazil. You can always tell who are the lonely walkers. Their long and lonesome days must be hard, with loads of time to think about life. That's probably why at the end of the day, they seem eager for some human interaction and friendly chattering.


Trajectos cortesia de RM   Tracks courtesy of RM

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Caminho Françês de Santiago - dia 3 (Cirauqui a Santo Domingo de la Calzada) - Chuva!!! Mas não é Julho?

A noite em Cirauqui é santa. Apenas os sinos da igreja quebravam o silêncio da noite. Mas mesmo estes, quem disse que os ouvimos... O cansaço faz maravilhas e dormimos que nem umas pedras, só a claridade da manhã nos fez mudar de posição.

Ao acordar as previsões tinham-se confirmado. Céu muito carregado e com ar de quem ia começar a chover em breve. Ainda saimos sem impermeáveis, mas ao montar os alforges na bicla tivemos de recorrer a eles. Não era intensa, mas era constante... A ver vamos.

A saida da localidade foi por estrada romana e demos logo de cara com uns belos degraus para entrar e sair da ponte antiga que tivemos de atravessar. Naturalmente foi a empurrão. E o atrelado do R teve de levar um bom puxão...

Debaixo uma leve chuvinha fomos passando os madrugadores por numa estrada romana. A chuva diminuiu e tiraram-se os casacos. Voltou a aumentar e vestiram-se de novo. A nhaca na cara já me começava a irritar e em Estela foi altura de arranjar um guarda-lamas à maneira. Meia garrafa de água (das de 1,5l) e um par de braçadeiras e já está.

Passagem nas Bodegas Irache e a sua famosa fonte de vinho. Rodamos a torneira mas a fonte estava seca... São uns bebedolas estes peregrinos.


Mais uns km em subida, a chuva diminui e desaparece. Até ao fim da peregrinação não a voltamos a ver. Bendito guarda-lamas...

Passagem pelo centro de Logroño e final do dia em Santo Domingo de la Calzada sem chuva mas com biclas bem sujinhas, hora da banhoca para elas também.


Ficamos no maior albergue de toda a semana. Um albergue religioso mas com grandes condições e muita gente. O quarto onde ficamos tinha uma 20 camas... Passeio pela vila, com um centro bem mantido e muita vida nas imediações. Desta vez o jantar foi só a 2. O facto de ser um albergue grande e uma localidade grande torna a coisa mais impessoal...



The night in Cirauqui was blessed. You could only ear the church bells, but with our tiredness not even those were able to disturb our sleep. Only the day break got our eyes opening up.


The forecast did say it, but you are never sure until you see it. It was raining... We started getting the bikes ready with the waterproofs off, but had to put them on before starting... There was still hope that it would eventually stop.



We got out of Cirauqui through a roman road and quickly ended up in an old bridge, with damaged entry and exits, so had to walk and push to get past. And what a push R's trailer did need...


So under a drizzle we started catching up with all the walkers on the roman road. The rain slowed and I took the jacket off. It got worse again and put it on again. In Estela the mud splattering in my face was starting to annoy me so it was time to get a mudguard. So we found a 1.5l bottle of water, cut it in half and with a couple of zip-ties I was sorted.


We passed by the Bodegas Irache and it's famous wine fountain, but it was dry... These pilgrim's are thirsty buggers.


Some miles going up and the rain slowed and eventually stopped. That was the end of it, no more for the rest of the trip. Seems the mudguard did the trick.



Went past Logroño and finished our day in Santo Domingo de la Calzada. The rain was gone, but the bikes were quite mucky, time for some tlc.

Here we stayed in the biggest "albergue" of the journey. With religious founders, it had great facilities and loads of people, on our room more than 20 beds, easily. We had a walk through town, Santo Domingo has a quiet but well kept historic centre, but all the Spaniards are outside the walls having their drinks.


No pilgrim's meal today. A bigger town and bigger albergue meant that it was each one for himself. Seems these albergues with loads of beds are not our cup of tea...


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Caminho Françês de Santiago - dia 2 (Albergue Orisson a Cirauqui) - isto não pára de descer???

Depois de uma noite bem dormida, mesmo após o primeiro encontro com os famosos "roncadores", levantámo-nos com os caminheiros antes do sol nascer.


A nossa planificação prévia era para todos os dias deitar cedo e acordar cedo, à  verdadeiro peregrino. Dormir bem mas mesmo assim aproveitar a frescura matinal para fazer km e conseguir parar entre as 16h e as 17h de modo a não ficar limitado nas escolhas de albergues.

Mesmo acordando ao mesmo tempo que a maioria dos caminheiros não conseguimos sair antes deles... Assim enquanto enfrentámos os km finais da travessia dos Pirinéus cruzámo-nos com os comensais da noite anterior, que nos foram dando encorajamento encosta acima.


Belas paisagens de novo. Um extraordinário começo de dia... Perto do topo vimos este amigo:

Devia estar à nossa espera no dia anterior, mas fintámo-lo com a paragem no Orisson. Lá terá de passar fome mais um dia, que hoje estamos frescos e ele não dá conta de nós...


No topo paragem para aproveitar a vista para Espanha e preparação psicológica para uns bons km de descida. Foi um singletrack em bosque bem bonito, mas começamos a sentir uns cheiros estranhos e tivemos de parar de novo para deixar os travões arrefecer.

Em Roncesvalles a coisa ameniza e passa-se a descer mais suave, mas ainda em bosque, fresco e agradável, lá começamos de novo a ver peregrinos, que já há uns bons km que lhes sentiamos a falta.

A paisagem vai mudando com o avançar do dia, tornando-se mais plana e menos arborizada, mas não menos bela. A paragem para almoço foi feita em Burlada, já nas portas de Pamplona.

E como ainda era cedo na semana e as pernas estavam frescas, cruzamos Pamplona no rescaldo dos San Fermines (a dona do café admitiu ainda estar no rescaldo das sucessivas noitadas). Seguimos até ao Alto del Perdón já a sentir o efeito do verão. Nesta zona poucos caminheiros vimos, gente sábia...

Após o alto uma bela descida e até Puente de la Reina foi um instante, já agora evitamos a confusão e avançamos... Final do dia em Cirauqui, uma pequena e rural localidade, albergue mesmo à porta da igreja, mas mesmo assim não fomos à missa...

Um passeio pelas ruas deu para apreciar os campos dourados e mexer as pernas. Passagem pelo supermercado para tratar do pequeno-almoço e o R comprou um melão de recuperação que teve o prazer de comer quase todo (eu não sou grande apreciador e os estranjas também parece que não, todos recusaram a oferta).


Jantar do peregrino com mesas comuns de novo. Desta vez na companhia de gente das Ilhas Faroé e da Bélgica.

Para a caminha cedo, não sem antes ter direito a 2 dedos de conversa com um dos donos do albergue na magnifica varanda a aproveitar o agradável calor da noite.


After a good nights sleep, even after the first encounter with the famous "roncadores", we were up before sunrise.



Our previous planning was based on early nights and early days, pilgrim style. So we should have enough time to sleep, but also to enjoy the cool morning hours to get some miles done. The planned stopping times were anything between 16:00 and 17:00. That would give us some flexibility to look for suitable sleeping accommodation.

But even waking up with the walkers, we always ended up leaving latter than them... On our first morning that meant that while we were doing the final bit of the Pyrenees climb we went by everybody, and were dully cheered by them.



We were still in our beloved mountain scenery, so had a great start of our day. Near the top we spotted this guy:

He must have been waiting for us the previous day, but our stop at Orisson spoiled his plans. Guess he will just have to wait another day for some other ill prepared pilgrim...





At the top we had a stop to enjoy the view into Spain and to get prepared for a few miles of downhill. A singletrack took us steeply through woodland and we eventually had to take a break, some funny smells were showing up. Time to let the brakes cool down.

At Roncesvalles the steepness got milder but still through the woods, nice and fresh. We started catching up with some pilgrims again.

As the day progressed the scenery got gradually flatter and dryer. Lunch break in Burlada, on Pamplona's doorstep. As we traversed the city, the aftermath of the San Fermines was still visible. The owner of the place where we stopped admitted herself still to be suffering from all the late nights.

We still had fresh legs (it was still early in the week) so we rolled on to Alto del Perdón but could now feel the famous Spanish summer... Not many pilgrims on this section either... Wiser than us, perhaps???

Luckily after the top it was nearly all down to Puente de la Reina (with a fun first bit), which made us again choose to go a bit further. We stopped at Cirauqui, a small rural village. The "albergue" was right in front of the church, but even so we missed the pilgrim's mass...

We had a walk in town, looked over the golden fields and got the legs moving. Went to the supermarket to take care of breakfast and R.M. had a recovery melon nearly all to himself (I'm not a big fan, and neither were all the other pilgrims, it seems).




Another proper pilgrim's dinner, this time the table was shared with people from the Faeroe Islands and Belgium.

So early to bed, but not without a chat with one of the owners of the albergue on its great veranda, where we enjoyed the warm evening.


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